
Então eu posso voltar a concentrar nas imagens que minha mente produz... ah, aquele corpo... O nome dele eu não sei, ele estava lá e olhou para mim, ou não, talvez a minha obsessão direcionasse o olhar dele para onde eu desejasse, no caso, para mim. Ser loira e superficial tem tido resultados, mas ainda não disponho da auto-confiança necessária para resolver o dilema proposto. Ele olhou ou não? Preciso estabelecer contatos. Como?
O telefone toca, minha vida anda tão superficial que eu esqueci de colocar o celular no silencioso, de propósito, talvez... queria que todos olhassem para mim e reparassem na minha roupa. Tenho que acordar muito cedo para pensar na combinação certa, apenas não cheguei ao ponto de me atrasar nas aulas porque há quem precise da minha carona pontual, e ainda não me tornei egoísta o suficiente também. Que saco, preciso melhorar muito minhas habilidades superficiais. Mas sim, o telefone... minha amiga está contente (adoro essa palavra) porque "X" ligou ontem e ela não atendeu. Ah, os jogos de sedução!! Estratagemas previamente articulados com o intuito único e exclusivo de garantir uma foda e, mais a frente, outras.
Iremos ao shopping almoçar para discutir novas e velhas estratégias enquanto avaliamos as pessoas que passam por nós. Quantos losers... Os meus preferidos são os pseudo-cults. Na faculdade, o shopping que mais freqüento, eles são constantes e muito fáceis de identificar, isso porque eu, como uma ex-inteligente, possuo as armas para desmascará-los. Um deles sempre me chama muito a atenção – faz o tipo anti-social, indiferente, misterioso com aquele ar blasé, veste camisetas com mensagens irônicas que ele compra na Comix do Conic e esconde debaixo dos panos braços musculosos típicos de quem passa horas malhando e tomando aminoácidos... À noite, nas festas xaropes de Brasília, quando esse mesmo ser nos revela seu hobbie, vestindo camisetas mais apertadas, compradas em shoppings mais caros, ele me olha sem graça, por tê-lo descoberto, e finge não se importar, querendo me convencer que ele malha lendo livros de filosofia. Ai, os pseudo-cults...
A revolução industrial trouxe mais mudanças... A tipologia e a fotografia se desenvolveram como novas ferramentas da comunicação. Novas tecnologias, como a litografia, mudam a cara do design gráfico. A professora ainda não chegou nos dias atuais em que criaram o software com o qual iremos trabalhar, Adobe InDesign CS. Na semana que vem, se ela finalmente atingir a meta, começaremos a diagramar páginas e eu não poderei acessar a internet deliberadamente...
Talvez eu devesse procurar um curso de Web Design para reciclar meus conhecimentos de HTML. Assim, poderei incrementar esse blog com frescuras típicas de pessoas superficiais... Ótima idéia!! Mais um lugar cheio de losers para eu criticar e, quem sabe, em meio a eles, um alvo sexual!! Vou aproveitar o resto de aula para pesquisar endereços e preços a fim de realizar meu mais novo capricho.
Adoro aulas produtivas.