Momento "Y"

O dilema é eterno. Pati ou Paty? "I" de inteligente ou "y" de superficial? Eu tento, persistentemente, me tornar uma Pat com "y", mas não consigo deixar de ser uma Pat com "i". Uma frustração. 

Em comentário a um post antigo, uma amiga lembrou que eu sofro dessa crise existencial desde os tempos de segundo grau. Um pouco antes, aos 13, eu lia revistas bobas para adolescentes e cheguei a encontrar uma bastante cult para o gênero – parecia, já naquela época, publicar matérias que abordassem os meus dois lados em formação. Não obstante, essa revista desapareceu do mercado editorial. Eu continuo no mercado da vida.

Eis que, outro dia, me peguei apaixonada. Dessas paixonites fúteis, clichês e, acima de tudo, platônicas. Assistindo ao filme 300, aquele com o Rodrigo Santoro expandindo a carreira hollywoodiana em mais uma ponta (ainda que maior), libertei a futilidade dentro de mim. Eu, adepta do cinema independente e de roteiros alternativos, molhei a calcinha com aquela superprodução de título perfeito – 300 homens gostosos, semi-nus, contraindo os músculos com expressões de força física. Puro tesão. Quando li as críticas, me orgulhei do "y" em questão. Afinal, caguei para os efeitos especiais, para as semelhanças/diferenças com os quadrinhos. No máximo, prestei atenção na trilha sonora, para não negar as raízes intelectuais. Mas, em casa, me masturbei, lógico, pensando no Stelius (Michael Fassbender) segurando aquela espada...



Por enquanto, me chame de Pat, apenas.